quinta-feira, 29 de abril de 2010

Figuração



O ar morno traz sonolência,
enfraquecimento...
Há calma, tranquilidade...
Solidão...
Dentro do sossêgo da noite
o silêncio torna-se gritante!
Desejos recalcados,
ocultos no fundo do ser.
Imponderabilidade...
Irrealismo...

Mas...não estou só!
Teu vulto delinea-se, nítido, na penumbra.
Teus olhos são chamas que iluminam.
Sinto que me procuras com ansiedade,
com braços abertos para mim!

Caminho ao encontro do teu olhar
e me refugio em teus braços
que se transformam em tenazes
a volta do meu corpo.
Teus dedos tem toques nervosos em minha face,
e queimam a epiderme fria...

Sentes meu corpo trêmulo
mas sabes que ele estremece de paixão,
voluptuoso,
com desejos do teu corpo...
Teus lábios buscam os meus, insaciáveis,
como se quizessem absorver a vida em beijos...

Não tenho medo!
Sei que vou ser feliz junto de ti!
Quero amar!
Desvendar mistérios que me trarão a consciência da vida.

Teu braço enfraquece.
Teus dedos têm agora toques leves.
Tuas carícias tornam-se suaves...
Afagas meus cabelos com ternura.

Já não tens pressa...
Já não tens medo de que eu fuja
pois há em ti a certeza de que serei tua!