Eu amo!

Amo!

Sim, eu amo!

Ouves?

Eu amo!

Amo as manhãs ensolaradas,

amo as noites estreladas,

amo a praia e amo o mar.

Amo o céu azul,

amo as noites sossegadas,

amo o cair da chuva

nas tardes solitárias.

Amo!

Por toda a natureza

esta minh'alma apaixonada!

Amo o amor

e amo tanto

que não sei dizer se amo alguém.

O Verdadeiro Amor

Não creias, meu amigo, nessa asneira

De que um amor, com outro amor se cura.

Já se tem consumido na procura

De tal remédio, uma existência inteira.

Não houve ainda quem a criatura

Achasse, cópia exata da primeira,

Porque quando a afeição é verdadeira

Jamais em outra afeição se transfigura.

Só os falsos amantes, corrompidos,

Os volúveis, os fúteis, os fingidos,

Ocultando no riso a própria dor,

Incorrem neste erro atroz, profundo,

Pois como há um só Deus que rege o mundo,

Só há também um verdadeiro amor!

Para Você

Não quero ver teus olhos,
Não quero ouvir tua voz,
Não quero o sabor dos teus beijos,
Não quero o estreitar do teu corpo,
Não quero mais nada entre nós!

_Não quero! Não quero!
Grita a razão,
que me faz sentir, de longe, a tua presença.
Mas o coração,
que sabe quanto eu te venero,
que és toda a minha crença,
diz, a soluçar:

_eu quero....eu quero.

A Partida

Ante os meus olhos deslumbrados

eras um deus e não sabias!

Nem os meus sonhos agitados,

mesmo de leve, pressentias...

Quantos versos apaixonados

tentei dizer, mas não me ouvias!

E, sem saber dos meus cuidados,

sempre apressado, tu partias...

Niterói

Vila Real de Praia Grande.

Velha e heróica província

Berço de vultos tão ilustres

Terra de Araribóia.

Niterói é quase ilha:

Gragoatá, Boa Viagem,

Flexas e a tão encantada Icaraí.

São Francisco, tão singela.

Praia de pescadores, a Charitas,

Maravilhada com a simplicidade

Das redes estendidas sob as árvores.

Jurujuba, com seu forte,

Itaipu transformadora.

Piratininga tão bela e calma...

Praias azuis, praias infindas...

São as praias e as montanhas que aformoseiam a cidade de Niterói!

Ao meu coração

Coração, não tens juízo!

Quantas vezes é preciso

pra que aprendas a lição,
de não bater, coração,
deste jeito, fortemente
quando alguém está presente
segurando a minha mão.

O Poema do Silêncio

Quer partir?
Pois bem....pode ir.
Já não te prendo.
Não farei um gesto para te deter
Nem mesmo direi mais nada.
Não verás lágrimas em meus olhos
com esta súbita partida,
Nem minha boca trêmula,
minhas mãos geladas.

Não te direi que a solidão é terrível
depois que se conhece o amor,
que a vida se torna insuportável,
que nada mais importa quando somos abandonados...

Não farei um gesto para te deter.
Pode partir!
Ficarei silenciosa enquanto você se afasta.
Não te direi que preciso de ti desesperadamente,
que, embora aparentemente viva,
estarei morta se me deixar...

Pode partir!